Por TopBr em 02-08-2019 Esporte
TopBR.JP – Pelo terceiro ano consecutivo, o Grand Slam de Tokyo contou com disputas na categoria Parajiu-jitsu, para competidores com alguma deficiência ou impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial. Segundo o coordenador da classe no evento, Will Karakawa, houve 19 atletas sendo um norte-americano, dois brasileiros e os demais japoneses.
O número poderia ter sido ainda maior já que alguns praticantes não puderam comparecer por participarem de outras seletivas no mesmo dia, compromissos pessoais ou pelo encerramento antecipado do prazo de inscrições, visto que a capacidade máxima de lutadores foi atingida rapidamente.
Desde 2018 na função, Karakawa conta o quanto é gratificante ver a expansão do jiu-jitsu paradesportivo no arquipélago. “Em 2017, tivemos 10 lutadores incluindo uma delegação que veio do Brasil e 13 no ano passado. Estamos crescendo de degrau em degrau, mas um fato interessante deste ano foi a vinda de paratletas com paraolimpíadas no currículo migrando das suas respectivas modalidades para o BJJ. O parajiu-jitsu do Japão cresceu, o que me deixa muito feliz”, afirmou.
O dirigente destacou os esforços de Wataru Hori, que já participou da paraolimpíada de inverno, e está sendo um “embaixador” do parajiu-jitsu trazendo japoneses experientes em outros esportes para a arte suave, o que eleva o nível da competição. “Nesta edição, também conseguimos fazer mais chaves com atletas portadores das mesmas deficiências. Tivemos lutas parelhas e muito equilibradas”, destacou.
Alguns competidores lutaram pela segunda ou terceira vez no torneio. Casos como o de Marcos Mory que ganhou o ouro pela primeira vez em sua categoria e Kenzo Karakawa que manteve sua invencibilidade ao obter o primeiro lugar pela terceira vez consecutiva. O jovem Kenzo teve uma experiência valiosa na competição ao enfrentar e vencer um lutador que disputou duas paraolimpíadas de inverno como esquiador.
“Kenzo, embora muito jovem, é mais experiente no BJJ enquanto o japonês (23 anos) contava com um preparo físico e força de atleta de ponta. O adversário resistiu ao máximo, tinha muito fôlego e gás, mas no final prevaleceu a técnica do Kenzo”, relatou Will.
Profissionais da mídia repararam que nenhuma luta do parajiu-jitsu necessitou da entrada de médicos no tatame, o que evidenciou a noção que os paratletas possuem do controle do corpo. “É incrível como eles se cuidam, se preservam e preservam o corpo do companheiro”.
Outro ponto importante que marca cada edição do Grand Slam de Tokyo é a emoção dos participantes que lutam pela primeira vez no Japão. “Por ser o berço das artes marciais, eles ficam emocionados. Tivemos o Ronald, um norte-americano lutador de BJJ e MMA, ex-militar que sofreu acidente de moto com amputação da perna direita, que disse estar realizando um sonho e após a competição iria aproveitar o máximo que pudesse para conhecer o país. Todo ano tem paratleta que vem de fora e fica com essa mesma sensação”, concluiu Will que terminou o evento satifeito e com o sentimento de dever cumprido ao trabalhar em prol da disseminação do parajiu-jitsu.