Paratletas disputam Grand Slam de Tokyo pela expansão do parajiu-jitsu

Por TopBr em 13-07-2017   Esporte


TopBR.JP – Pela primeira vez uma edição do Grand Slam de Jiu-Jitsu contará com a categoria do para-jiujitsu. Onze competidores brasileiros participarão do torneio no sábado (15), no Makuhari Messe, lutando pela expansão da modalidade no mundo. Portador de distrofia muscular, uma doença degenerativa que afeta a mobilidade do corpo, Kelvin Clay Fonseca (22) chegou ao Japão nesta quinta-feira (13).

A arte suave mudou a vida do jovem de Brasília-DF que agora quer retribuir trabalhando pelo crescimento do esporte. “Não consigo esticar as pernas, ando de joelhos, mas isso nunca me impediu de treinar”, disse Kelvin. Praticante há sete anos, ele melhorou sua mobilidade e vem conhecendo o mundo através do esporte.


“O que uma pessoa normal consegue fazer lutando, eu também consigo porque o jiu-jitsu é adaptável para todos”, acrescenta o medalhista de ouro no campeonato mundial Abu-Dhabi World Professional Jiu-Jitsu Championship 2017. No entanto, Kelvin revela que desta vez o pódio é o que menos importa. “Nossa missão é o crescimento do parajiu-jitsu”, destaca.

Assim como Kelvin, Jorge Nakamura (29) veio com o mesmo objetivo. Praticante desde 2004, ele perdeu o movimento do pé esquerdo num acidente em 2008.  A lesão não foi obstáculo para que ele desistisse dos tatames. Se tornou paratleta também foi medalhista do mundial de Abu-Dhabi. “Vim aqui pela primeira vez no Japão para lutar pela bandeira do para-jiu-jitsu”, declarou agradecendo o apoio do nutricionista Pedro Gonzalez, Bullterrier Fight e dos atletas Leandro Kussano, Michael (Conde Team) e Super Team Jiu-Jitsu que colaboraram com os treinos finais.


Segundo o professor de jiu-jitsu e parajiu-jitsu Will Karakawa, pai de Kenzo Karakawa, primeiro atleta autista a vencer o Mundial de Abu-Dhabi e o Pan-americano, a inclusão da categoria num torneio Grand Slam é uma conquista, mas ainda não está oficializada. “Todos os paratletas lutarão na categoria convencional, além do parajiu-jitsu. Ainda temos poucos competidores, mas é muito importante a participação deles na luta pelo reconhecimento da modalidade”, enfatizou.

 

Imagens cedidas por Will Karakawa.

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