Equipe de Taekwondo projeta ciclo olímpico com atletas da comunidade para Tokyo 2020

Por Alex Kinjo em 23-01-2017   Esporte


A três anos de Tokyo 2020, uma equipe de Taekwondo da comunidade traçou um projeto  para ter pelo menos um (a) atleta disputando os Jogos Olímpicos representando a seleção japonesa ou brasileira da modalidade.

A Academia Rocha possui aproximadamente 80 alunos matriculados nos polos de Komaki, Iwakura (Aichi) e Minokamo (Gifu), a maioria adolescentes na faixa etária de 11 a 16 anos. Com o potencial dos competidores brasileiros reconhecido nos torneios da federação japonesa e a ótima infraestrutura do arquipélago para a prática das artes marciais, o professor André Rocha acredita que eles poderão chegar até as seleções nacionais com um planejamento adequado.

Neste ano, quatro jovens, dois deles de 11 anos, receberam a faixa preta. Apesar da pouca idade, todos possuem entre seis e sete anos de experiência e participações em diversos campeonatos. Eles são os primeiros de um grupo que receberá treinamento específico como um ciclo olímpico visando as seletivas dos Jogos Olímpicos de Tokyo. “A partir de 2016, estaremos inscrevendo os alunos acima de 13 anos para todas as competições internacionais possíveis. O objetivo é que eles possam acumular pontos no ranking de suas respectivas categorias”, explica André.

De acordo com o professor, os atletas representam o Japão nas competições internacionais, mas no caso das Olimpíadas, poderão disputar as seletivas pelo Brasil ou pelo país asiático perante naturalização. “Para defender o Brasil, precisarão regressar e vencer os torneios nacionais e no caso do Japão, será necessária a naturalização que será acompanhada pela federação japonesa”, afirma Rocha que no Brasil é filiado à Federação Paranaense de Taekwondo.

A academia já confirmou participação no Boston International Championship e em competições na Coreia do Sul. No ano passado, a equipe voltou dos Estados Unidos com quatro ouros e duas pratas. Para aperfeiçoar os treinamentos, o professor promove periodicamente intercâmbios com academias japonesas para os atletas ganharem ainda mais experiência. “O taekwondo brasileiro utiliza mais a força. Nós somos mais agressivos na luta, mas os japoneses, em compensação, possuem uma técnica apurada. Na verdade, um estilo complementa o outro”, comenta.

Integram o projeto piloto da academia os seguintes atletas: Bruno Maruya, Gabriel Pagano, Matheus Kumizaki, Diuly Okada, Jhonatan Mizumoto, Tiago Hirai, Victor Saito, Vinicius Kashiwagi e Alysson Belini.

Para André, uma vantagem dos atletas da comunidade é a proximidade da Coreia do Sul, berço da modalidade. “A maioria dos mestres das academias japonesas são coreanos e com os intercâmbios e viagens, os alunos podem se aprimorar diretamente com a fonte. Isso é um privilégio em relação com quem treina no Brasil”, diz André.

Para quem pensa em ingressar no esporte, Rocha recomenda que procure uma academia vinculada à Federação Japonesa de Taekwondo que exige normas rigorosas de segurança de suas afilidadas para a prática da arte marcial.